
Por que o terremoto em Mianmar foi tão devastador?

O Conselho de Administração Estatal de Mianmar confirmou na noite do dia 29 de março que o forte terremoto do dia 28 já havia deixado 1.644 mortos, além de 3.408 feridos e 139 desaparecidos. O número de vítimas ainda pode aumentar, já que os tremores secundários continuam afetando a região. Além de Mianmar, áreas da Tailândia e do Laos próximas à fronteira também registraram danos significativos, com desabamentos de edifícios e vítimas.
Mas por que esse terremoto foi tão destrutivo? As razões vão desde sua magnitude e profundidade até as condições geológicas e estruturais da região.
1. Um terremoto de grande magnitude e epicentro raso

Diferentes agências sismológicas registraram o terremoto em Mianmar como um evento de magnitude 7 ou superior. Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o tremor atingiu 7,7 graus e ocorreu a apenas 10 km de profundidade – o que amplifica seu poder destrutivo.
Bill McGuire, geofísico da University College London, destacou que este pode ser o maior terremoto em Mianmar em mais de 70 anos. Além disso, vários tremores secundários foram registrados, incluindo um de 7,5 graus, aumentando os riscos de novos desabamentos e dificultando os resgates.
2. A Zona de Falha de Sagaing: um “barril de pólvora” geológico

Mianmar está localizado em uma das regiões mais sismicamente ativas do mundo, onde a Placa Indiana colide com a Placa Eurasiática. A Zona de Falha de Sagaing, com 1.200 km de extensão, é uma das mais perigosas, deslocando-se vários centímetros por ano.
Michael Steckler, geofísico da Universidade de Columbia, explica que o atrito entre as placas gera um acúmulo de energia ao longo de décadas. Quando essa tensão é liberada, ocorre um terremoto de grande magnitude – como o que aconteceu agora.
Ian Watkinson, especialista da Universidade de Londres, ressalta que, embora os tremores nesta região não sejam frequentes, quando ocorrem, são extremamente poderosos e rasos, o que aumenta sua capacidade de destruição.
3. Edifícios frágeis e áreas densamente povoadas

O terremoto atingiu regiões populosas, incluindo Mandalay, a segunda maior cidade de Mianmar. Muitas construções na região não são resistentes a abalos sísmicos, o que levou ao colapso de templos, pontes e prédios residenciais.
O USGS estima que há 60% de chance de esse terremoto ultrapassar 10.000 mortes. Brian Baptist, sismólogo britânico, alerta: “Quando um grande terremoto atinge uma área com milhões de pessoas vivendo em estruturas frágeis, o resultado costuma ser catastrófico.”
Ajuda internacional e desafios

O líder de Mianmar, Min Aung Hlaing, pediu ajuda internacional, e a ONU já mobiliza esforços para auxiliar as vítimas. No entanto, o acesso a algumas áreas afetadas ainda é difícil, e os riscos de novos tremores permanecem.
Esse desastre reforça a necessidade de medidas preventivas, como construções anti-sísmicas e sistemas de alerta, especialmente em regiões geologicamente instáveis como Mianmar.
O que você acha que pode ser feito para reduzir os impactos de futuros terremotos na região? Compartilhe sua opinião nos comentários.
📌 Fontes: Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), Departamento Meteorológico de Mianmar, Declarações de especialistas em geofísica.
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