
China reage com tarifa de 125% sobre produtos dos EUA em retaliação às medidas de Trump

A escalada na guerra comercial entre China e Estados Unidos ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira (11), com o anúncio de Pequim de que aumentará as tarifas sobre produtos norte-americanos de 84% para 125%. A medida, segundo o Ministério das Finanças chinês, é uma resposta direta às ações “unilaterais e coercitivas” dos Estados Unidos, que, de acordo com a pasta, violam normas do comércio internacional e princípios básicos da economia global.
Em comunicado divulgado pela agência Reuters, o governo chinês classificou as tarifas impostas por Washington como uma “forma de intimidação” e apelou por uma reação conjunta da comunidade internacional. Dias antes, o presidente Xi Jinping já havia solicitado à União Europeia que se unisse a Pequim para resistir àquilo que chamou de “intimidação unilateral”, em referência às decisões do presidente norte-americano Donald Trump.

Trump anunciou na quarta-feira um pacote tarifário que eleva as tarifas totais contra produtos chineses a 145%, incluindo uma nova taxa de 125% — excluindo, no entanto, um adicional de 20% relacionado à produção chinesa de fentanil. Em resposta, a China havia prometido retaliação imediata, fixando inicialmente as tarifas em 84% sobre as importações dos EUA, antes de elevar ainda mais a taxação.
As autoridades chinesas também afirmaram estar prontas para “lutar até o fim”, embora sinalizem abertura para o diálogo com Washington. Ao mesmo tempo, intensificam esforços para proteger o mercado interno, com a atuação de fundos estatais na compra de ações e ETFs (fundos negociados em bolsa), numa tentativa de estabilizar os mercados.
Ainda assim, os temores sobre o agravamento das tensões afetaram o apetite dos investidores. Segundo a Bloomberg, três dos maiores ETFs de ações chinesas listados nos EUA sofreram uma liquidação significativa, com saída de quase US$ 1 bilhão em apenas um dia.
A deterioração nas relações entre as duas maiores economias do mundo preocupa analistas e aumenta a pressão sobre mercados globais, já impactados por incertezas geopolíticas e desaceleração econômica.
LEIA TAMBÉM: Microsoft prepara nova onda de demissões: agora é a vez dos gerentes.
Publicar comentário