Parto de risco: mesmo sendo médica, ela quase não sobreviveu

Ela é médica e quase morreu no parto. Por quê?

A médica Bayo Curry-Winchell tinha tudo para um parto seguro: conhecimento, acesso a bons hospitais e cuidados pré-natais de qualidade. Mesmo assim, após o nascimento de sua segunda filha por cesárea, em 2016, ela quase morreu.

Logo após o parto, sentiu tonturas e uma dor forte no estômago. Apesar de alertar a equipe médica, foi inicialmente ignorada. “Você parece bem”, disseram. Só quando seu obstetra chegou e a levou de volta à cirurgia descobriram que ela estava com hemorragia interna.

Por que isso acontece?

Nos EUA, mulheres negras têm 3,5 vezes mais risco de morrer no parto do que mulheres brancas. Um estudo de 2023 mostrou que essa disparidade persiste mesmo entre mulheres com boa renda e educação.

Segundo especialistas, o preconceito inconsciente na medicina é um dos motivos. Muitas mulheres negras relatam que suas dores são subestimadas ou ignoradas. Pesquisas mostram que até estudantes de medicina acreditam em mitos racistas, como a ideia de que pessoas negras sentem menos dor.

O impacto na saúde mental

Além dos riscos físicos, 40% das mães negras têm sintomas de problemas mentais pós-parto, mas metade não recebe ajuda. Essas condições são uma das principais causas de mortalidade materna nos EUA.

O que pode mudar?

Especialistas defendem:

• Mais médicos negros, já que pacientes têm melhores resultados quando atendidos por profissionais que os entendem.
• Treinamento contra vieses inconscientes para equipes médicas.
• Pacientes bem-informados, que saibam questionar e defender seus direitos.

Após sua experiência, Curry-Winchell se dedica a ajudar outras mulheres a se prepararem para o parto. “Sua saúde é seu bem mais precioso”, diz ela. Sua história mostra que, mesmo com privilégios, o racismo estrutural na saúde pode ser fatal.

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