Cientistas do Brasil e China debatem futuro sustentável da Amazônia

Brasil e China

Evento no Pará reúne pesquisadores dos dois países para debater biodiversidade, mudanças climáticas e bioeconomia, com foco em soluções inovadoras para a região.

Belém (PA) – Cientistas brasileiros e chineses estão reunidos em Belém, no Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT Guamá), para fortalecer a cooperação internacional em pesquisas voltadas ao desenvolvimento sustentável da Amazônia. O Workshop Conexões Científicas Brasil-China, realizado entre 9 e 11 de abril, é uma iniciativa da Amazônia+10, em parceria com a Fundação Nacional de Ciências da China (NSFC) e a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (Fapespa).

A abertura do evento contou com a presença de Lan Yujie, vice-presidente da NSFC, que destacou a importância da colaboração científica entre os países. “É um grande prazer estar aqui para lançar oficialmente nossa parceria com o Brasil sob a iniciativa Amazônia+10. A ciência é essencial para enfrentar os desafios globais, e a Amazônia é um território estratégico”, afirmou.

Temas estratégicos em pauta

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Reunião em Belém sobre o desenvolvimento sustentável na região amazônica

O workshop aborda questões críticas para a região, como:

  • Biodiversidade e bioeconomia
  • Mudanças climáticas
  • Hidrologia e segurança hídrica
  • Sensoriamento remoto e monitoramento ambiental
  • Saúde pública e segurança alimentar

Marcio Pereira, presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), enfatizou a importância da união de conhecimentos. “Estamos juntando mentes para avançar na ciência, gerar bem-estar e cuidar de nossas comunidades. A China tem expertise em áreas que complementam nossas pesquisas”, disse.

Visitas técnicas e futuras colaborações

Durante o evento, os pesquisadores visitarão laboratórios do PCT Guamá, como o Labtec (Tecnologia Supercrítica/UFPA), o Labágua (Qualidade da Água/Uepa) e o Centro de Valorização de Compostos Bioativos da Amazônia (Cvacba/UFPA).

A expectativa é que o encontro resulte em projetos conjuntos e um edital de pesquisa colaborativa, com financiamento das fundações de amparo à pesquisa brasileiras e da NSFC.

Marcel Botelho, presidente da Fapespa, destacou: “Essa cooperação pode gerar riqueza, prosperidade e segurança para as populações locais, além de contribuir para a estabilidade do planeta”.

Amazônia+10: investimento em ciência e inovação

A iniciativa Amazônia+10 já mobilizou R$ 150 milhões em projetos científicos, envolvendo pesquisadores da Amazônia Legal, de outros estados brasileiros e de países como Reino Unido, Alemanha e França. O programa apoia estudos sobre conservação da biodiversidade, adaptação às mudanças climáticas e bioeconomia.

Márcia Perales, presidente da Fapeam, reforçou a necessidade de incluir a dimensão social nas pesquisas: “Mais de 30 milhões de pessoas vivem na Amazônia Legal, muitas em condições difíceis. A ciência precisa olhar para essas realidades”.

O evento marca o início de uma colaboração estratégica entre Brasil e China, com potencial para impulsionar soluções inovadoras para um dos biomas mais importantes do mundo.

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